Constellation: 500 compras, 0 vendas.

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Mark Leonard trabalhou como banqueiro, avaliador, pedreiro, coveiro, adestrador de cães, segurança e pesquisador de energia eólica, antes de se tornar o fundador, CEO e chairman da Constellation Software, fundada em 1995.

Nos seus quase 30 anos de história, a empresa que abriu capital na bolsa de valores de Toronto em 2006 valendo $70mi, já viu suas ações valorizarem 70,000% e atingir um marketcap de $49bi.

• A estratégia: comprar startups de software verticais (VMS), que geralmente possuem ótimas margens operacionais e baixo churn, com receitas entre $2-$5 milhões, crescimento médio de 20% ao ano e montar um conglomerado de soluções.

• O modelo de negócios: a roda da fortuna da Constellation é auto-suficiente. 1. Constellation usa seu próprio fluxo de caixa para comprar startups;2. Startups geram mais fluxo de caixa;3. O fluxo de caixa gerado pelas startups é usado para comprar mais startups;

• A gestão: três palavras de ordem dominam a cultura do conglomerado: autonomia, meritocracia e pensamento de longo-prazo.Operacionalmente, a Constellation se divide em seis grupos: Volaris, Harris, Jonas, Vela, Perseus, e Topicus. Cada um destes, é responsável pela alocação de capital e assistência nas decisões. Já o escritório HQ fica responsável pela parte jurídica e relação com os investidores, enquanto as startups continuam tomando as decisões do dia a dia.

Até hoje, a Constellation já adquiriu +500 startups e nunca vendeu nenhuma (na verdade, vendeu uma, que Mark diz se arrepender até hoje) e está presente em +75 verticais (de marketing digital a manufatura, gestão de bibliotecas e até iates), somando +125k clientes em +100 países.

A prática de recompra de ações e a regra de que diretores precisam alocar parte das suas compensações para adquirir ações, já criaram +100 milionários entre seus funcionários. E Mark, que possui cerca de 7% das ações do conglomerado, quer aumentar esse número para 500 milionários na próxima década.

E como ele mesmo encerrou mais uma das suas brilhantes cartas aos acionistas: “Você não pode ser normal e esperar resultados anormais.”

Ps1: a nuvini, que está para estrear na Nasdaq, é a versão brasileira da Constellation - o que faria com que Pierre Schurmann fosse nosso Mark Leonard.

Ps2: qualquer semelhança entre Mark Leonard e Rick Rubin é mera coincidência.

O que rolou mundo afora

• Indeed: a startup que supostamente te ajuda a encontrar seu próximo emprego, está demitindo 2200 funcionários (15% do quadro)

• Midjourney: algumas centenas de imagens fakes do papa depois, a ferramenta de geração de imagem a partir de textos decide encerrar o acesso gratuito.

• BuzzFeed: publicou mais de 40 guias de viagem escritos com a ajuda de IA. Segundo eles, foi uma experiência para ajudar a testar novas maneiras de produzir conteúdo.

• Itália: se torna o primeiro país a banir o acesso ao ChatGPT e dar início a uma investigação para apurar suspeita de violação da LGPD (há boatos que o chatGPT ter liberado ketchup na pizza foi o motivo real)

• Netflix: está trabalhando em uma feature que permitirá trazer seus jogos para a TV usando o iPhone como controle.

• Groupon: que já perdeu 99.4% do seu valor do IPO (de $17.8bi para $103mi), apontou um novo CEO, Dusan Senkypl - baseado na República Tcheca.

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Resposta ao final da news!

Abrindo o capô do Twitter

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Os manda-chuvas das redes sociais passaram os últimos anos fazendo visitas indesejadas e frequentes ao congresso americano. Grande parte das acusações derivam do fato de ninguém conhecer ao certo como funcionam os algoritmos e os impactos de um modelo de negócio baseado em anuncios. Pois bem, Elon não quer bater cartão no congresso e está tentando resolver ambas raízes dos problemas:

• Problema modelo de negócio: lançamento do Blue Check permite que o twitter tenha receita recorrente vinda de usuários, ao invés de anunciantes - diminuindo a necessidade de coleta e venda de dados e o alcance dos bots.

• Problema algoritmos: publicar o código fonte para que qualquer um tenha acesso, entenda o funcionamento das engrenagens e sugira melhorias ao time de desenvolvimento.

Musk já avisou, será constrangedor, mas o código já está no GitHub e teve gente que passou o final de semana inteiro traduzindo o que significam na prática:

O pipeline de recomendação é composto por três etapas principais:

Primeira: reúne os melhores tweets de diferentes fontes de recomendaçãoSegunda: classifica esses tweets usando um modelo de machine learningTerceira: filtra tweets de pessoas que você bloqueou, tweets que você já viu ou tweets que não são seguros para o trabalho antes de colocá-los em sua linha do tempo.

O impacto das interações, que decidem se um tweet vai ter mais alcance:

Curtida: aumento de 30xRetweet: aumento de 20xImagens e vídeos: aumento de 2xResposta: aumento de 1x

Por outro lado, alguns fatores que diminuem o alcance do tweet:

Links, Silenciar, Bloquear, Spam, AbusoReportado como informação falsa (fake news)Palavras com erros gramaticais ou inventadas

A publicação do algoritmo de recomendação é um passo importante rumo a transparência, apesar disso, ainda não é o modelo open source prometido. Ao invés disso, usuários podem sugerir alterações e melhorias na base, que devem ter ciclos de reiteração de 24-48hs - prometidos por Elon.

Ps: alguém já criou uma ferramenta que permite analisar o desempenho do seu tweet em relação ao algoritmo de código aberto do Twitter, antes de postar.

O que rolou Brasil adentro

• WEpayments, a fintech de pagamentos instantâneos e cross-border, recebeu autorização do BC para atuar como instituição de pagamento.

• RDSummit, o evento anual da Resultados Digitais (e agora, da TOTVS), já tem data e endereço: 8-10 Nov em São Paulo - e droppers já tem 15% de desconto.

• OUMUA Capital, é o novo fundo brasileiro com um cheque de $120 milhões para investir em UMA empresa.

Contra dados não há argumento

Status do dia

Na Constellation Software, uma empresa com aproximadamente 25.000 funcionários, apenas dez pessoas ocupam a sede em Toronto (uma proporção de 1:2500)- Carta aos Acionistas de 2021

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