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💧 Davi vs Golias: CazéTV vs Globo.

+ os apuros da Nike e o balde furado da Meta

Bom dia Droppers,

Hoje eu aprendi: que Russell Crowe recusou uma oferta para interpretar Aragorn na trilogia Senhor dos Anéis que incluía 10% do faturamento final. O acordo teria rendido cerca de US$100 milhões para Russell.

No drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

  • Meta: está sangrando no Metaverso

  • PBIA: O Plano Verde e Amarelo de IA

  • Davi e Golias: CazéTV e Globo

  • Nike, just don't do it.

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Meta precisa de uma Meta

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Desde que Zuck decidiu renomear a empresa Facebook para Meta a fim de destacar sua crença de que o futuro da empresa é no metaverso, ~$50bilhões já foram queimados — o equivalente ao valor de mercado do Snapchat e Pinterest, somados!

Em 2014, em paralelo à aquisição do WhatsApp por U$16bi, Mark usou o troco para adquirir uma promissora startup com óculos de realidade virtual por U$2bi, a Oculus.

Em 2020, trancado em sua mansão havaiana sem poder usufruir do paraíso, Mark começou a ver no Metaverso o futuro do mundo. Foi o bastante para renomear a empresa e dividi-la em suas frentes: Família de apps (Facebook, WhatsApp, Messenger, Instagram) e Reality Labs (Oculus). Enquanto a primeira lucrou U$39bi, a segunda começou a gastança:

  • 2020: preju de U$6bi

  • 2021: preju de U$10bi

  • 2022: preju de U$13bi

  • 2023: preju de U$16bi

E não existem sinais de desaceleração. Somente no primeiro trimestre do ano, a divisão perdeu U$3.8bi - o equivalente a receita dos últimos 2 anos juntas.

Segundo os funcionários entrevistados pelo Yahoo Finance, os motivos são:

→ cultura caótica com mudanças constantes
→ falta de claridade na visão do produto
→ má gestão com liderança inexperiente

Agora resta saber se Zuck, que já provou mais de uma vez sua capacidade de mudar a direção do transatlântico de ~U$1.2 trilhões que criou, ainda estará disposto a torrar os bilhões restantes até que a terra seja avistada na realidade não-virtual.

O que rolou mundo afora

  • X/Twitter: decidiu que todas as contas paródia (impersonando outras pessoas) devem obrigatoriamente ser rotuladas ou suspensas.

  • C-Spire: a sexta maior telecom dos EUA vai retirar suas publicidades das olimpíadas depois da zueira da Santa Ceia na abertura.

  • Booking.com: foi multado em R$2,5 bilhões por práticas desleais à concorrência na Espanha.

  • Tesla: está fazendo o recall de 1.8 milhões de carros. Para a felicidade da fabricante, basta um update remoto no software para resolver.

  • Delta: que precisou cancelar 4500 voos depois da lambança da CrowdStrike e Microsoft, não quer o cupom de U$10 e vai à justiça.

  • Amazon: pagou U$1bilhão para adquirir a plataforma de streaming Twitch em 2014. Uma década depois e ela ainda não gerou lucro.

Davi e Golias: CazéTV vs Globo

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Ele tem apenas 30 anos e um prédio próprio de 5 andares com 200 funcionários para transmitir 500 horas de conteúdo ao vivo no Youtube, desafiando a soberania de uma das maiores empresas do Brasil (plim-plim)… sim, a CazéTV realmente meteu essa!

A ascensão de Casimiro Miguel não aconteceu do dia para a noite, mas quase. Cazé começou no Esporte Interativo, foi comentarista do SBT Sports mas, foi nas lives de streaming do Twitch que encontrou seu lugar ao sol.

Depois de transmitir jogos do Carioca, do Paulista e da Copa Nordeste, o streamer com mais assinantes do mundo se juntou a LiveMode para elevar o nível: transmitir jogos da Copa do Mundo, da Eurocopa e, agora, Olimpíadas.

Durante a cerimônia de abertura do evento:
Globo teve uma audiência de 36,4mi de pessoas no BR.
CazeTV teve uma audiência de 500k live e ~900k até agora.
NBC e Peacock tiveram uma audiência de 26,5mi nos EUA.

A CazéTV fechou 8 patrocínios para a Olimpíadas (Corona, Esportes da Sorte, Hellmann's, iFood, Visa com Banco do Brasil, Vivo e Volkswagen) e três cotas de apoio (Airbnb, Estácio e Subway).

Apesar da diferença, a TV Online (Youtube) começa a incomodar a hegemonia da TV tradicional aberta/fechada (Globo e SporTV) e sem papinho hein.

De Conteúdo Web para Experiências Digitais

Oferecimento Acquia

Comparar o site da TIM de 2004 com o de 2024 é como comparar o Nokia Tijolão com Iphone 15. Mas, será que foi somente o design que ficou mais bonito? A resposta é não. E a explicação está na evolução das experiências digitais:

→ 1ª Onda: anos 80-90, desenvolvedores transformavam códigos em websites, conectando empresas diretamente com seus clientes. Plataformas como OpenText e WebSphere surfaram a onda, mas o mar não estava calmo. A falta de agilidade criou um cabo de guerra entre TI e Mkt.

→ 2ª Onda: anos 2000, a ascensão do marketing digital com ferramentas arrasta e solta colocou os CMOs no comando. Plataformas como Wordpress e Drupal surgiram. Porém, com a flexibilidade veio preço a se pagar: o marketing nadava em dados, mas se afogava na falta de integração.

→ 3ª Onda: foi só em 2017 que Gartner e seus famosos quadrantes cunharam o termo DXP (Digital Experience Platform). Agora, não importa só a beleza, a experiência digital e a jornada do cliente são os novos comandantes.

Impulsionados pela tecnologia, marketing e TI trabalham de mãos dadas para coordenar uma estratégia multi-touch e multi-canal. Sites como o da TIM, por exemplo, são criados com sistema Acquia, que os permite lançar campanhas com agilidade, organização e, o melhor, com dados integrados.

Conheça mais sobre a evolução das experiências digitais -> 

O Plano Verde e Amarelo de IA

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Aprovado na segunda-feira pelo CCT (Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia) e entregue na terça-feira para o presidente Lula, vem aí... o Plano IA para o Bem de Todos.

Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) pretende investir R$23 bilhões até 2026, sendo que:

→ R$12,7bi serão distribuídos via créditos via BNDES;
→ R$8,4bi serão para gastos públicos;
→ R$1bi em investimentos privados

A estrutura está centrada em 5 grandes eixos:

1) Infraestrutura e Desenvolvimento: criação de uma base tecnológica robusta, incluindo a construção de um supercomputador.
2) Difusão, Formação e Capacitação: formação de profissionais e à disseminação do conhecimento sobre IA em diferentes setores.
3) Melhoria dos Serviços Públicos: utilizar a IA para otimizar serviços públicos, como saúde e educação, promovendo eficiência e eficácia.
4) Inovação Empresarial: incentivo à inovação no setor privado, buscando estruturar uma cadeia de valor em inteligência artificial no Brasil.
5) Governança e Regulamentação: inclui a criação de diretrizes éticas e a implementação de um sistema de governança para a utilização responsável.

A iniciativa não torna o Brasil independente de players globais (que ainda precisam usar semicondutores, chips e potencialmente poder computacional de outras gringas), mas dá um passo largo na direção da soberania digital.

O que rolou Brasil adentro

  • Uber: colocou um barco e um tobogã em São Paulo para comemorar os 10 anos de vida do app.

  • eclipseworks, a consultoria de experiências digitais anuncia fusão com a nScreen, startup com soluções cloud e IA.

  • DigAí, a startup usando IA para otimizar o processo seletivos para candidatos, criada por ex-nubankers, capta rodada de R$3mi.

  • Google Pay agora permite pagamentos com PIX através de uma parceria com o banco C6 e PicPay.

Nike, just don't do it.

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Quando o CEO John Donahue assumiu o trono da Nike em 2020, tinha uma missão clara em mente: transformar a empresa de um mecanismo de criação de demanda orientado pela marca para um modelo DTC de desempenho orientado por dados e vendas no site. Quatro anos depois…

A Nike perdeu U$25 bilhões em valor de mercado em um único dia e as ações acumulam baixa de -32% no ano.

Um ex-executivo indignado com 25 anos de Nike resolveu soltar o verbo sobre as 3 erros fatais da empresa:

  • Re-re-categorização: aconselhados pela McKinsey, a Nike decidiu se livrar das categorias de Corrida, Futebol, Basquete e classificá-las por gênero: Mulheres, Homens, Crianças. A lógica era simples: eliminar a duplicidade de recursos e facilitar a navegação e compra nos canais direto ao consumidor, leia-se, site. O resultado foi desastroso e a Nike trouxe as categorias de volta em 2023.

  • O fim do atacado: os produtos Nike eram comumente encontrados em quaisquer lojas. A decisão foi de acabar com a parceria de décadas com os varejistas para focar na venda pelo site. Tudo parecia ótimo durante a pandemia com os clientes trancados em casa. Mas assim que retornaram às ruas, os produtos Nike não eram mais encontrados em nenhuma loja e acumulavam nos estoques em níveis nunca vistos.

  • Marketing Digital: desde sempre a Nike é conhecida por alocar 10% da receita de vendas em branding. Sob a nova direção, os mesmos dólares seriam investidos em publicidade programática e re-targeting. A estratégia consistia em migrar de criar demanda (novos clientes) para reter demanda (clientes existentes). O resultado foi uma desaceleração nas vendas e a perda da dominância em quase todas categorias que, antes, eram líderes.

Em suma, “a Nike investiu uma quantia significativa de dólares (bilhões) em algo que era menos eficaz, mas mais fácil de ser medido, em comparação com algo que era mais eficaz, mas menos fácil de ser medido. Concluindo: um impressionante desperdício de dinheiro”.

Ps1: o novo CEO, John Donahue, é ex-CEO do eBay, PayPal e ServiceNow.

Ps2: com os dólares de branding restantes, a Nike criou esse comercial para as olimpíadas de Paris.

Ps3: Em 2019, a Adidas já havia chegado a conclusão de ter investido demais em performance marketing.

Contra dados não há argumentos

Stats do dia

O negócio DTC da Nike representa agora 44% das vendas vs. 30% antes da mudança de estratégia.

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