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🎤 Drop the Mic: Maurício Trezub
Founder e CEO da OmniChat
Nascido e criado em Curitiba - com exceção do último ano do colegial, concluído no high school dos EUA - Mauricio Trezub empreende e investe no ecossistema de inovação brasileiro muito antes do hype, desde o início deste século, o que também lhe rendeu passagens por marcas já estabelecidas como TOTVS e VTEX.
Pai de duas filhas, de 7 e 12 anos, ele utiliza as horas vagas para tocar violão e jogar tênis, já que, segundo ele, o futebol começou a ficar muito perigoso com o passar do tempo.
Ele também revelou que começou sua carreira como garoto de programa, mas calma, esse foi só um jeito bem-humorado de se referir à sua graduação em ciências da computação. Hoje nosso papo é com o fundador e CEO da OmniChat.
Mauricio, the mic is yours!
🎤 Como é uma clássica segunda-feira na sua vida?
Mauricio: Eu odeio trabalhar no domingo à noite. Acho que a gente tem que estar psicologicamente onde a gente está fisicamente, né? Não que trabalhar num sábado seja o fim do mundo, mas tem que ser exceção. Então meu trabalho começa na segunda mesmo.
Geralmente eu acordo cedo e vou pra academia. O treino te desperta e te prepara para o dia… No trabalho eu começo organizando minha semana, vendo quais as coisas mais importantes, olhando os indicadores, OKRs, acompanhando como foi a semana anterior.
De segunda-feira eu também tenho uma reunião com todos os heads aqui. Todos os líderes que reportam direto pra mim. E a gente discute bastante sobre as prioridades da semana, que podem ser um problema, ou uma oportunidade. 90% das vezes é um problema, mas também discutimos as oportunidades. E aí a gente foca em raiz daquele problema ou oportunidade, elenca as tarefas e soluções, e faz um combinado do que deve evoluir até a semana seguinte. Então, segunda é um dia denso pra mim, porque essa é uma reunião longa, com todos os heads e quando a gente olha a performance de todas as áreas.
🎤 Por que você faz o que faz?
Mauricio: Eu sempre tive um perfil empreendedor. Antes de sair da faculdade, eu fundei minha primeira startup, a CiaShop. Então eu sempre quis construir alguma coisa que tivesse o potencial de inspirar, motivar e desenvolver as pessoas que estão comigo e focar em melhorar a sociedade em algum aspecto. Então fundei, fali, vendi algumas startups, sempre com esse objetivo de resolver alguma dor.
Obviamente, se alguém disser que não faz isso porque quer ganhar dinheiro, essa pessoa provavelmente está montando uma ONG. Eu sempre quis montar empresas pra vender, ganhar dinheiro no final. Mas o durante, enquanto você tá construindo, dirigindo, crescendo, você tem que tá curtindo o processo. E essa é a melhor fase. É muito duro, demandante, você às vezes acha que vai falir, que perdeu 10 anos da sua vida, mas você está ali se divertindo, se desafiando o tempo todo e isso me motiva muito.
🎤 Qual é o comportamento ou característica do seu mercado que mais te incomoda?
Mauricio: Recentemente aqui na Omni o que estava me incomodando é que depois de 20 anos de desenvolvimento da tecnologia para o e-commerce no Brasil, ele continuava representando só 10% do varejo. Isso me incomodou e eu falei “cara, quero atacar o problema de uma forma diferente”.
E aí a gente percebeu que o e-commerce era muito impessoal, desumanizado, comparado ao varejo físico, né? E aí a gente falou, cara, vamos levar o vendedor pro digital, pelos canais de mensageria, Whatsapp, Instagram… A gente conseguiu conectar o consumidor que queria comprar com o vendedor que queria vender, numa experiência super humanizada ali, mandando áudios, vídeos, fotos, do jeito que a gente fala com a família. E agora a gente está querendo construir o canal que vai conseguir digitalizar mais o varejo, quem sabe sair daí para um patamar onde o digital represente 50% do varejo.
🎤 Que tipo de chatbot/automação você não suporta?
Mauricio: Primeiro, aqueles chatbots clássicos, que são basicamente uma adaptação da URA do telefone - aperte 1 para isso, 2 para aquilo outro… - Isso não era bom nem no telefone, salvo para algumas coisas muito práticas, do tipo “aperte 3 para conferir o status do pedido”. Mas não servia para uma venda consultiva, então isso me incomoda.
Mas, recentemente, com a IA generativa, LLMs, a gente tem pistas muito fortes que a gente vai conseguir entregar uma experiência de conversação muito próxima, ou melhor, do que falar com um vendedor diretamente pelo WhatsApp. Não acho que a gente chegou lá ainda. O ser humano tem características que a IA tem dificuldade de substituir. Mas acho que estamos no caminho e acho que em breve vamos conseguir entregar uma experiência humanizada, personalizada, em escala e 24h por dia.
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🎤 Qual é o seu fracasso favorito ou o que te ensinou mais?
Mauricio: Tiveram vários erros, decisões que me ensinaram muito, né? Um exemplo que eu posso citar é que eu fundei uma empresa chamada FControl. Imagina, Inteligência Artificial lá em 2004, 2005… a gente usando redes neurais, para detectar fraudes no comércio eletrônico. A gente tinha um concorrente, ClearSale, a gente crescia junto, dividia o mercado… até que a gente recebeu uma proposta de compra de um grupo que chegou pra gente falou “olha, se a gente não comprar vocês, a gente compra o seu concorrente, a gente vai acelerar seu concorrente e vai acabar te matando”. Eu era jovem, fiquei com medo e vendi. Acabou que esse grupo não fez uma boa gestão da empresa, até cresceu durante um tempo, mas o próprio grupo se desfez e a FControl acabou falindo.
Eu vendi o resto da empresa depois, coloquei o dinheiro no bolso, tá tudo certo. Mas meu concorrente que não quis vender hoje está listado na bolsa e tem 1200 funcionários. Então assim, se eu tivesse acreditado na tecnologia, se eu tivesse acreditado na empresa, possivelmente a gente poderia ter virado uma empresa listada na bolsa valendo bilhões hoje.
🎤 Que frase você está sempre repetindo, quase como um mantra?
Mauricio: Aqui na Omni a gente escreveu um deck cultural que tem 9 princípios. Então deixa eu dar algum exemplo… tem um princípio aqui que é da cultura escrita. A gente brinca que se alguma coisa está escrita, ela não existe. Outro princípio é de equilíbrio de vida social e vida profissional.
🎤 Bate bola, drop rápido: pra fechar, algumas indicações.
Um podcast: não é um podcast, mas é a comunidade do SaaStr
Um livro: Playing to Win: How Strategy Really Works - A. G. Lafley e Roger L. Martin.
Um filme ou série: Deixo só a dica: não perca tempo com televisão.
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