iFake, e o marketing 4.0

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Poucas empresas - e até governos - possuem a força necessária para atingir 83% de marketshare e expulsar até os competidores com bolsos mais fundos (Uber) do seu mercado principal. O Ifood conseguiu, mas não sem fazer alguns inimigos ao longo do caminho…

Depois de ter recebido a nota 2 (numa escala até 10) em uma pesquisa sobre as sobre as condições de trabalho - que levava em consideração pontos como remuneração, risco e segurança, contratos, gerenciamento e representação - um movimento de protestos, criado pelos próprios trabalhadores surgiu, e o iFood reagiu!

Uma investigação realizada Agência Pública, detalhou como a startup implementou estratégias de marketing digital, com ajuda das agências Benjamin Comunicação e Social Qi, visando minimizar os impactos negativos do movimento, usando o Marketing: 4.0:

“Usamos páginas e perfis no FB, Insta e Twitter, criados por nós para gerar essas conversas [sobre um determinado assunto]. Como fazemos isso? A gente comenta posts que falam sobre o assunto, entra nas páginas de perfis que falam sobre esses assuntos e comenta de forma indireta […], mas NUNCA assine nossos posts como do iFood, para que ninguém desconfie agência está por trás disso].”

• Garfo na Caveira: Com uso de piadas e memes em páginas e perfis fakes criados “A ideia era publicar conteúdos engraçados que gerassem engajamento”.

• Não Breca meu Trampo: uma página criada no FB para se contrapor ao movimento grevista Breque of Apps (que mobilizou milhares de trabalhadores de 13 estados diferentes).

• Campanha pró-vacina: aproveitando-se do contexto do Covid e lockdowns, criaram e promoveram uma campanha com o contexto: “Uma greve é ​​inútil. Queremos tomar a vacina para podermos trabalhar”.

• Perfil Falso: escritas sempre na primeira pessoa, as postagens continham gírias, erros gramaticais e a expressão “nós motociclistas”, para dar a impressão de que as opiniões expressas vinham de um entregador.

Em suma, ”em vez de acabar com a greve e divulgar um monte de notícias falsas sobre isso, usamos nossa inteligência [digital] para entender como poderíamos minar a narrativa da greve.”

Segundo o iFood, os documentos vazados são apresentações e proposta das agências que não foram, necessariamente, aprovados para uso e o app diz recriminar este tipo de táticas. E uma CPI dos Apps foi lançada para investigar as acusações.

Enquanto isso, do outro lado do oceano, surge o ‘Uber Papers’: mais de 124k documentos vazados detalham como a empresa fazia lobbying com políticos dos EUA e Reino Unido, além de ter um protocolo - o kill switch - para esconder evidências das autoridades em casos de batidas policiais…

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O que rolou mundo afora

• Reddit: está lançando um marketplace de avatares NFTs. Usuários poderão usar cripto para comprar imagens de perfil para rede a social.

• Starlink: lançou um novo plano de internet feito para iates e plataformas de petróleo que começa com U$5k/mês.

A nova temporada de Musk S2 Twitter!

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Poucos meses se passaram desde que a história Musk e Twitter começou, mas já tem conteúdo para pelo menos duas temporadas na Netflix. Segue abaixo o resumo da primeira:

T1E1: 13 de Abril, Elon anuncia publicamente que quer comprar o Twitter.T1E2: 21 de Abril, Elon monta um time de bancos para financiar a compra.T1E3: 26 de Abril, Elon assina acordo de fusão com cláusulas e multas para ambos.T1E4: 10 de Junho, Elon desiste da compra.

Agora, damos início a segunda temporada, que já começa com um elenco de peso: a corte de Delaware, um exército de advogados, os membros do conselho do twitter, Elon - e seus recém descobertos filhos gêmeos com uma executiva.

T2E1: Os pretextos apresentados pelos advogados de Elon para justificar a decisão se baseiam em 3 pilares:- Twitter está mentindo sobre o número de bots e contas fakes- Twitter não apresenta informações suficientes sobre o problema dos bots- Twitter não está gerindo seu negócio no curso normal

O presidente do conselho, Bret Taylor, que também é co-CEO da Salesforce, já falou que eles devem entrar com medidas legais para garantir que o acordo seja cumprido nas cláusulas e valores acordados.

Caso a corte de Delaware conclua que os pretextos apresentados não justificam o término do acordo, dois possíveis resultados devem aparecer:

1. Musk pode ter que pagar uma taxa de rescisão reversa de US$ 1 bilhão por se afastar injustificadamente do acordo, ou;

2. O tribunal pode ordenar “desempenho específico”, o que significa que Musk teria que financiar todo o seu compromisso de capital de US$ 33,5 bilhões e comprar o Twitter.

Musk pode sim estar fazendo tudo isso para tentar negociar um novo acordo de compra com valores atualizados - visto que o mercado mudou muito (e para pior) desde que a oferta inicial foi feita - ou simplesmente usando a corte para finalmente ter acesso aos dados que pediu para análise, como o seu último meme publicado no twitter sugere.

Agora façam suas apostas pipocas e vamos esperar o próximo capítulo…

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O que rolou Brasil adentro

• Avenue, a fintech dando acessibilidade ao mercado americano para investidores brasileiros, vende 35% da participação por R$500mi ao Itaú.

• Creditas, a fintech de créditos e empréstimos com garantia, conclui extensão a série F ao adicionar U$50mi, compra licença bancária do Andbank e finaliza aquisição da startup Kzas para entrar no mercado imobiliário.

• MSW MultiCorp II, é o novo fundo de investimentos de R$100mi criado pela MSW Capital com BB Seguros, Moura Bateria e AgeRio para investir em seed e série A de até R$15mi por startup.

Contra dados não há argumentos

Status do dia

Segundo o Twitter, até 5% das mDAUs (usuários ativos diários monetizáveis) podem ser contas fakes.Segundo a SparkToro, quase 20% das contas do Twitter são falsas. Como a rede social possui 229 mDAUs, seria o equivalente a 11.45 milhões (5%) ou 45.8 milhões (20%)