💧 Merchandise & SPAC

O fantástico e lucrativo mundo da Merchandising, o que rolou mundo a fora, o primeiro SPAC do Brasil, que rolou Brasil a dentro.

Morning, Dropers!

Na edição de hoje:

Merchandise

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Talvez você ache que a Ferrari é uma empresa de carros. Ou que a Disney seja uma empresa de parques de diversões. Ou até mesmo que a Marvel seja uma empresa de filmes. Bom, você está parcialmente certo. O que talvez você não saiba, por exemplo, é que a Ferrari ganha mais dinheiro vendendo mercadorias do que carros!

Flywheel: um alavancando o outro

A líder disparada no ranking de quem mais fatura com a venda de produtos licenciados é a Disney. Em 1957, atrás de um guardanapo de restaurante, o fundador Walter Disney, desenhou o que viria a ser a estratégia de crescimento (ou o ecosistema) da Disney e como cada uma das partes se conectavam com a outra:

  • TVs, Músicas e Filmes: a produção desses ativos gera uma legião de fãs, que tendem a ser mais fiéis aos seus super-heróis, cantores ou atores de preferencia.

  • Parques de Diversão: fidelizados pelos filmes, fãs buscam vivenciar um pouco do que assistiram/ouviram por trás das telinhas.

  • Merchandising: a cereja do bolo - depois de assistir o filme do Mickey e andar na montanha russa do Huck, como não levar o boné do Pato Donalds pra casa?

A Ferrari, uma empresa de merchandising que também vende carros - um símbolo dos carros de luxo, de velocidade e potência automotora também usa uma estratégia que conecta todas as pontas, gerando mais demanda para os merchants:

  • Fórmula 1: basicamente todo o budget de marketing da marca é investido na Scuderia Ferrari F1, a equipe de Formula 1 que gera ~500 milhões de visualizações a cada corrida e se manteve no topo do pódio por muitas temporadas;

  • Carros: como o TAM (total addressable market) de quem tem poder de comprar um carro >U$1mi é muito pequeno, a empresa limita a fabricação destes para criar escacez e aumentar a margem.

  • Merchandising: como a maioria dos fans da Ferrari nunca irão ser donos de uma, a saída é comprar bonés, camisetas, chaveiros, óculos, perfumes e qualquer outro item que possa representar a afeição pela marca - $2.5bi/ano.

No topo da piramide das franquias que mais geraram receita, entre venda de ingressos no cinema, produtos, dvds, livros, jogos, entre outros, encontramos:

  • Pokemon: $105bi

  • Hello Kitty: $84.5bi

  • Ursinho Pooh: $80bi

  • Mickey Mouse: $80bi

  • Star Wars: $67bi

Seja para gerar receita, seja para finalizar fans, seja para aproximar o mundo offline do mundo online ou simplismente uma estratégia de marketing e posicionamento de marca, podemos esperar cada vez mais marcas usando merchandising dentro de suas estratégias (looking at you #Netflix).#PFV, respona deste email quem quiser comprar as meias confortáveis do TechDrop!

O que rolou mundo a fora

  • Contrata-se: existem 8.6mi de americanos desempregados. Porém, existem 10mi de vagas de trabalho em aberto nos EUA.

  • Salário: causado (ou não) pela matéria acima, o salário médio do trabalhador de restaurantes e supermercado chegou, pela primeira vez na história, a $15/hora. Aproximadamente 80% de todos trabalhadores ganham, pelo menos, um salário minimo.

  • TikTok: se torna o app mais baixado do mundo e deixa o Facebook para trás. Mas Zuck ainda leva a segunda, terceira, quarta e quinta posição com Facebook, WhatsApp, Instagram e Messenger, respectivamente.

  • China: falando em TikTok, depois de desistir do IPO nos EUA devido a pressão do governo chines, a dona do tiktok, ByteDance, ensaia estreiar na bolsa de Hong Kong.

  • NASA: quer viver uma simulação de como seria a vida em Marte? A sua chance chegou! A NASA está recrutando 4 voluntários pagos para passar um ano em “uma mansão marcial”

O primeiro SPAC Brasileiro

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O formato de listagem de empresas no mercado de capitais mais comum é o IPO (initial public offering). Mas, conforme o volume de empresas aumenta abrindo capital aumenta, outros modelos de abrir capital foram surgindo, incluindo o Direct Listing (caracterizado pelo fato de pular a etapa de roadshow para investidores institucionais e driblar parte das burocracias e custos iniciais do IPO com os bancos), e os SPAC (special purpose acquisition company).

Explicando o SPAC

Esses são, basicamente, um cheque em branco que nasce com um lugar reservado na B3 e o objetivo único de comprar uma empresa e levá-la ao mercado público de capitais.

O “cheque em branco” é assinado por patrocinadores (investores, hedge funds, e outras instituições). Durante um período de 2 anos, os operadores do SPAC devem escolhar uma empresa privada para “comprar” e levá-la ao mercado de capitais. Até que a operação seja efetuada, a SPAC não tem lucro, não tem produto ou serviço, só um plano de comprar outra empresa - qualquer similaridade com empresas de fachada são mesmo uma conincidência.

Nos EUA, os SPACs se popularizaram ultimamente, liderados principalmente pelo “rei dos SPACs” Chamath Palihapitiya (ex-facebooker) e CEO da Social Capital. Alguma das empresas que usaram o modelo para abrir capital foram a Virgin Galatic, Open Door, Nikola e outras.

O primeiro SPAC Brasuca

A empresa de consultoria Alvares & Marsal é a primeira a liderar a iniciativa no mercado Brasileiro, com um SPAC que pretende levantar R$1bi e começar a caça pela “escolhida”. Apesar de ter a flexibilidade de buscar qualquer tipo de empresa, dessa vez ela não deve ser de tecnologia e o modelo trás algumas adaptações para se ambientar ao clima tropical. Aberto somente a investidores institucionais, a iniciativa abre um precedente importante para o mercado, visto que nos EUA, houve um crescimento de 6x no volume captado em 2020, acumulando $82.1 bi de cheques em branco.

O que rolou Brasil a dentro

  • Cyon, a startup reimaginando as camas odontológicas, recebe aporte de R$300k depois de passar pelo Shark Tank.

  • marvin, a fintech de arranjo de pagamentos (recebíveis) com menos de um ano de vida, recebe segundo aporte liderado pela Canary.

  • Galícia Educação, a edtech que acaba de lançar cursos de pós-graduação online certificados pelo MEC, recebe aporte de R$5mi.

  • Manusis4.0, a startup auxiliando PMEs na gestão de ativos, recebe aporte de U$1mi.

  • inGaia, a proptech que oferece um marketplace para o setor imobiliário, liderou o ranking de aportes da semana com uma rodada de R$100 milhões liderada pela Jive.

  • InsiderStore, a startup de roupas funcionais acaba de levantar R$12mi através do venture debt (dívida não conversível) do banco BTG.

Contra dados não há argumentos

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