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💧 O primeiro trilhão da publicidade
Bom dia Droppers,
Hoje eu aprendi: que o governo indiano está comprando assinaturas para 13 mil revistas acadêmicas e disponibilizando-as gratuitamente para +18 milhões de estudantes, professores e pesquisadores. O custo do acesso ao conhecimento atrás do paywall será de US$ 715 milhões em 3 anos - nos Drops, o conhecimento já é gratuito.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
UnitedHealth: quando os detetives online desistem do caso
iFood terá entregadores CLT ou PJ?
A relação de amor e ódio de Nova York e Airbnb
Publicidade: o primeiro trilhão a gente nunca esquece
O tribunal da internet não está feliz com as seguradoras
united health, ceo, assassinato, detetives
O caso do assassinato a queima roupa de um CEO na semana passada chocou a internet. O motivo, o desenrolar e as implicações desta história - que ainda nem foi resolvida pelos órgãos responsáveis - dizem muito sobre o mundo em que vivemos.
O caso: O CEO da United Health Group (UHG), maior empresa de seguro saúde do mundo, foi baleado em frente a um hotel enquanto caminhava para uma reunião com os investidores.
O motivo: Nos cartuchos das balas, as autoridades dizem ter encontrado as palavras “depor”, “negar” e “atrasar”. Elas são uma referência às "táticas" usadas por seguradoras de todos os tipos para evitar o pagamento de despesas médicas e sinistros. Análises sugerem que a UHG tenha uma taxa de recusa de cobertura de 32%, notavelmente superior à média da indústria de 17%.
A Tecnologia part I: Um ano antes do assassinato foi encontrada uma ação judicial alegando que a empresa usa inteligência artificial para negar cobertura a alguns pacientes idosos. Mesmo com o algoritmo tendo uma taxa de erro de 90%, apenas cerca de 0,2% dos segurados irão recorrer e que a maioria “ou pagará os custos do próprio bolso ou renunciará ao restante dos cuidados”.
O desenrolar: O suspeito não identificado foi, em alguns casos, venerado como algo que se aproxima de um "herói popular". O que foi suficiente para a internet sair em defesa do assassino.
A Tecnologia part II:
Entre os 10 posts mais engajados no X, seis “expressaram apoio explícito ou implícito ao assassinato ou críticas a vítima”.
Usuários do Reddit encontraram o modelo de jaqueta usada pelo atirador à venda no site da Macy's, que vendeu +700 unidades nos últimos dias.
Artes digitais criadas em apoio ao atirador já são comercializadas e chegam a +180k curtidas.
As reações no post oficial da UnitedHealth no Facebook, foram de +40k emojis de “Haha” e meros 2k emojis “Triste”.
Uma playlist chamada “Pov: taking out a CEO” foi criada no Spotify, usando o nome das músicas para contar a história do atirador.
Desta vez, os detetives do TikTok, que normalmente gravam vídeos identificando supostos criminosos, estão se recusando a ir atrás do assassino.
Não é de hoje que os impactos da tecnologia na sociedade são pautas de discussão, mas quando casos como este surgem, nos mostra que o tribunal da internet pode ser mais perigoso do que a gente imagina.
Ps1: dentro da mochila do suspeito, encontravam-se notas em dinheiro do jogo de tabuleiro Monopoly (uma versão do Banco Imobiliário).
Ps2: as ações do Grupo United Health já caíram +10% desde o acontecido na última quarta-feira.
O que rolou mundo afora
Bill Gates: divulgou sua tradicional lista recomendando 4 livros para entender o mundo ao seu redor.
Trump: enquanto isso, usando sua própria rede social (TruthSocial) para lançar uma linha de perfumes e fragrâncias chamada Fight Fight Fight!
Argentina: o presidente Milei decidiu demitir a chefe da Receita Federal do país depois que a mesma decidiu taxar influencers digitais e streamers.
Tóquio: vai introduzir uma semana de trabalho de 4 dias para funcionários públicos, visando a escassez de mão de obra e baixa taxa de natalidade.
OpenAI: lançou um plano mensal PRO de U$200/mês para heavy-users sem limites.
TRENDING: 12 dias de OpenAi Entrando no espírito de final de ano, a OpenAi está maratonando 12 dias de lançamentos de melhorias e novas funcionalidades todos os dias da semana. O insta do AiDrop está fazendo uma cobertura completa em PT! |
Funcionários ou Autônomos: o futuro das entregas BR
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O iFood é considerado por muitos e por diferentes métricas, a startup mais bem sucedida do Brasil. Porém, uma decisão do Tribunal do Trabalho ameaça o modelo de negócio do aplicativo - bem como toda a indústria de delivery nacional.
A decisão da força o iFood a reconhecer os entregadores como empregados formais da empresa, além de uma indenização de R$10mi. O app ainda irá recorrer e aguardar a decisão do STF, que pode decidir o futuro da indústria de entregas.
O setor de entregas cresceu ~50% entre 2019 e 2023, movimentando cerca de R$139 milhões e inclui tanto players nacionais quanto internacionais, como: Rappi, Zé Delivery, Uber Eats, 99Food, Pede.ai, Ceofood, etc.
O iFood é o líder absoluto com 80% de marketshare no segmento de bares e restaurantes e, somente em 2023, movimentou 0,55% do PIB nacional através dos:
380.000 estabelecimentos
360.000 entregadores
900.000 postos de trabalho
R$110,7 bilhões movimentados em 2023
Segundo um estudo do Cebrap, a renda líquida dos entregadores para 40h semanais varia entre R$1.980 e R$3.039 - valores superiores ao salário mínimo e a remuneração média do mercado para pessoas com a mesma escolaridade - e, segundo uma pesquisa do Datafolha:
→ 75% dos motoristas e entregadores preferem manter o modelo sem vínculo.
→ 14% preferem aderir ao modelo com carteira assinada.
Ps: vale a pena ver um estudo da Isadora Frankenthal, aluna de PhD do MIT, chamado “The Gig Economy and Crime in Brazil", sobre como o iFood impactou o crime no Brasil.
O que rolou Brasil adentro
Itaú: demitiu seu CMO com 27 anos de casa por uso indevido do cartão corporativo e, agora, vai processar o ex-CFO por indícios de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Distrito, o hub de inovação e tecnologia, captou R$10mi com a FCamara para acelerar o desenvolvimento de soluções de IA através da AI Factory.
BluePex, a plataforma cloud de cibersegurança, compra a carteira de clientes da Safecyber, que oferece tecnologia de firewall para empresas.
Frenet, a logtech de frete para lojistas, que foi comprada pela Sequoia por R$35mi em 2021, é adquirida pela mexicana Skydropx por R$31,5mi.
AsapFlow, uma plataforma de automação de regras de decisão para políticas de crédito, anunciou um M&A, de aporte primário, com a Esphero
A relação de amor e ódio de Nova York e Airbnb
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Quando o valor médio dos aluguéis da cidade de Nova York superou os U$ 5.000, a cidade se encontrou em meio a uma crise habitacional, com residentes não conseguindo sustentar um aluguel anual. O vilão escolhido: o Airbnb.
Foi então que o vilão começou a sofrer restrições de todos os lados que, a princípio, pareciam ter funcionado, mas não como planejado:
As restrições:
Os anfitriões devem morar no imóvel e estar presentes durante a estadia
Limite máximo de dois hóspedes por vez
Proibição de aluguéis inferiores a 30 dias
Obrigatoriedade de registro junto ao Office of Special Enforcement
O que deu certo:
Redução de 83% no número de listagens disponíveis
Saindo de 36.000 unidades em 2023 para 3.700 em 2024
O que deu errado:
O valor do aluguel médio de longo prazo não diminuiu
O valor da diária dos hotéis aumentou e bateu recordes históricos
Impacto negativo indireto no turismo em 283.000 empregos
Agora, com os 7.5 milhões de turistas chegando para a temporada de final de ano, o vilão pode terminar como mocinho da história. Os governantes da cidade estão repensando o acordo para propor regras mais flexíveis as plataformas de aluguel de curta duração.
O primeiro trilhão em ads a gente nunca esquece
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A indústria global de publicidade vai cruzar a barreira do U$1 trilhão em receita pela primeira vez na história.
Segundo o estudo da GroupM, que pertence ao grupo WPP, excluiu os $15bi gastos em publicidade política este ano e, mesmo assim, descobriu que:
Digital: deve crescer 10% até o ano que vem, chegando a uma fatia de
72,9% do total de publicidade em 2025, totalizando U$813.3bi em 2025.
OOH: deve crescer 7.2% até o ano que vem, chegando a uma fatia de
5% do total de publicidade em 2025, totalizando U$56.1bi.
TV: deve crescer 1.9% até o ano que vem, totalizando U$169.1bi.
Áudio: deve crescer 0.3% até o ano que vem, totalizando U$27bi.
Impressa: vai encolher -3% até o ano que vem, totalizando U$48.1bi.
Cinema: vai crescer 5.9% até o ano que vem, totalizando U$2.3bi.
O setor como um todo, apesar das dificuldades econômicas das grandes potências como US e UK, deve crescer 9.5% este ano e +7.7% no ano que vem.
Já na métrica de despesas com publicidade como porcentagem da receita, temos:
Endêmicos Digitais: 12.8%
Automotivo: 9.3%
Luxo: 9%
Media e Entretenimento: 5.9%
Bens de Consumo Embalados: 5.3%
Farma: 2.8%
Tecnologia: 2.1%
O estudo ainda cita como grande catalisador deste crescimento o uso da Inteligência Artificial e da Automação, que além deve ainda compensar os impactos das taxas de juros próximas a zero dos últimos anos.
Contra dados não há argumentos
via GroupM
Stats relevante
O Google, Meta, ByteDance, Amazon e Alibaba dominaram mais que a metade dos +U$1 trilhão investidos em publicidade este ano.
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