💧 SoftBank Latam

Masayoshi e os muitos zeros depois da vírgula do SoftBank, o que rolou mundo afora: Space, Twitch, Nestlé, GM, Google, Trybe: a escola dando a cara a tapa, o que rolou Brasil adentro: EasyCripto, Zanz

Dia, Dropers!

Na edição de hoje:

SoftBank: a fábrica de unicórnios

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Em 2017, Masayoshi Son, CEO do conglomerado japonês SoftBank, mudava de uma vez por todas o jogo do venture capital ao lançar o maior fundo VC visto até então: $93 bilhões de dólares - com nomes de peso como LPs: Apple, Foxconn, Qualconn, Prince MBS e outros tubarões.

A visão de Masa tem um horizonte de 300 anos, inclui se tornar a empresa mais valiosa do mundo e se baseia na idéia de que a singularity (quando as máquinas se tornarão mais inteligentes que nós, humanos) está prestes a acontecer e as empresas melhores posicionadas para tirar vantagem disso já existem. Com tanta grana no bolso, o SoftBank...

  • Aumentou o valor médio das rodadas de investimento;

  • Alterou a velocidade com que o capital era implantado;

  • Manipulou o valuation das empresas que queria investir;

  • Tirou outros investidores das rodadas que participou;

  • Comprou ações de funcionários para aumentar a participação nos deals;

  • Acelerou o tempo até um evento de liquidez (IPO/exit/M&A);

  • Influenciou como as demais empresas de VC avaliam um deal;

E reescreveu as regras do venture capital de uma vez por todas.

Vision Fund: o fundo global

Com tanto capital e apetite, o fundo não demorou para colocar a grana para trabalhar. Entre as 224 startups, independente do round (seed, seria A, serie B, serie C, série D…), independente do segmento (martech, foodtech, agritech, blockchain, fintech, etc), o valuation estimado chega a colossais $1.1trilhão. Algumas das investidas nos EUA, Índia e China foram:

  • OpenDoor: U$700m

  • DoorDash: U$945mi

  • Flexport: U$1bi

  • Nuro: U$940mi

  • WeWork: U$8bi

  • Compass: U$850mi

  • Uber: U$8.25bi

  • Didi: U$5bi

  • Slack: U$250mi

  • Flipkart: U$2.6bi

  • SoFi: U$1.5bi

  • ByteDance: U$3bi

Sim, são mi de milhões, bi de bilhões e $ de dólares. Para efeitos de comparação, antes de abrir IPO, o Google tinha levantado $34.2mi, a Apple levantou $31.3mi, a Amazon levantou $14.3mi e a Microsoft $2.3mi.

Innovation Fund: o fundo latam

Alguns anos depois, em 2019, Masa lançava o primeiro fundo destinado as startups da América Latina, segundo ele “uma das regiões econômicas mais importantes do mundo” e, agora em setembro de 2021, anunciou o segundo fundo, totalizando $8bi. Algumas das investidas por aqui foram:

  • unico: R$625mi

  • Kavak: R$3.5bi

  • oList: R$310mi

  • PetLove: R$250mi

  • Descomplica: R$450mi

  • Creditas: R$1.25bi

  • Buser: R$700mi

  • Loft: R$875mi

  • QuintoAndar: R$1bi

  • Rappi: R$5bi

  • Mercado Bitcoin: R$1bi

  • Gympass: R$1bi

  • MadeiraMadeira: R$550mi

  • VTex: R$1.25bi

  • Loggi: R$1.15bi

Entre Janeiro e Março, foram empregados uma média de U$210mi por semana. No total foram ~48 startups investidas sendo que 15 dessas já possuem o status de unicórnio (+50% de todos unicórnios latam). O ano de 2022 promete ser o ano com mais IPOs na história do país, e o SoftBank já confirmou presença na maioria desses!

O que rolou mundo afora

  • Space: a Rússia saiu na frente na corrida de filmes espaciais e enviou duas equipes para o espaço para iniciar as gravações. Tom Cruise, claro, já tem um orçamento de $200mi em parceria com a NASA e SpaceX para começar a gravação do seu próprio filme especial no espaço.

  • Twitch: o produto de streamers de games da Amazon foi hackeado. São 125GB de segredos roubados, incluindo: o código fonte do produto, o quanto os streamers receberam e até emails internos.

  • Nestlé: está colocando nas prateleiras dois novos produtos blant-based, um para substituir o camarão (vrimp) e outro para substituir o ovo (vEEGie);

  • GM: planeja dobrar a sua receita (para $280B) até 2030. A estratégia para alcançar isso é bater de frente com a Tesla no mundo dos veículos elétricos. A estimativa é que todos os carros sejam elétricos até 2035.

  • Google: colocou no ar algumas funcionalidades eco-friendly para ajudar usuários a tomarem decisões mais sustentáveis, incluindo: G-Maps mostrando as rotas que emitiram menos carbono, Nest controlando a temperatura da casa baseada na energia renovável disponível, etc…

Trybe: a escola que dá a cara a tapa!

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A escola de desenvolvedores Brasileiros que deixaria de Warren Buffet à Nassin Taleb orgulhosos, acaba de levantar uma robusta rodada de investimentos de R$145mi atingindo um valuation de R$1.3bi utilizando o “skin in the game” na sua melhor forma.

A Trybe foi construída em cima do conceito de ISA, sigla em inglês para Income Sharing Agreement. Em outras palavras, o aluno pode estudar e se formar sem pagar nenhuma matrícula e mensalidade, porém, uma vez contratado e com salário acima de R$3mil depois de formado, se compromete a pagar uma 17% da renda bruta à escola. Não conseguiu emprego? Não paga nada! Atualmente a escola reporta que 94% dos alunos estão empregados depois de 3 meses de formado.

Apenas durante o primeiro semestre deste ano, 107k vagas na área de tecnologia foram abertas e é no crescimento constante desse nicho, somado a escassez de mão de obra qualificada que a startup aposta. E a startup não abre apenas o apetite dos investidores. Foram 190k inscrições e 2.2k aprovações, uma taxa de dar inveja a cursos de medicina de 1,2%.

A Trybe não está sozinha no modelo ISA, os concorrentes Tera e Blue também buscam reinventar o ensino superior brasileiro e começaram pela vertical de programação.

O que rolou Brasil adentro

  • Easy Cripto, a corretora de cripto moedas com forte presença no Brasil, capta rodada de R$65mi e se prepara para IPO.

  • Zanzar, a adtech de mídia nos interiores de carros de aplicativos, capta R$5mi da Kovi.

  • Captal, a fintech que oferece acesso a capital para projetos imobiliários, capta R$1mi da Virgo Capital.

  • iClub, a loyaltytech que oferece software de gestão de programa de fidelização para empresas, capta R$5mi do BTG Pactual.

  • Favo, a startup de social commerce que permite usuários criarem suas próprias lojas virtuais, capta R$141mi em rodada liderada pela Tiger Global.

  • GTI Plug: a logtech de gestão inteligente de armazenagem e estoque capta R$700k via EqSeed.

  • Gabriel, a startup usando AI e ML para revolucionar a segurança pública e privada com cameras inteligentes, capta R$66mi do SoftBank.

Contra dados não há argumentos

102% foi o aumento de capital investido em startups Latam no primeiro quarter do ano

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