💧 VC

Dando play no jogo dos VCs - venture capital O que rolou mundo afora: Allbirds, Apple, Reddit, OpenSea, WhatsApp O que rolou Brasil adentro: Prova Fácil, Favero, Manfing, SVATech, Hubsell

Morning, Dropers!

Enquanto os americanos tiram o day off para celebrar o Dia do Trabalho hoje dia 06, os brasileiros se preparam para comemorar o Dia da Independência amanhã no dia 07.

Na edição de hoje:

Venture Capital

venture capital, investimento de risco, investidores

Com o recente seed-round de R$45mi da fintech brasileira TruePay, o possível exit de U$10bi da startup bootstrap Mailchimp, e a indústria de venture capital brasileira em máxima histórica (US$ 6,6 bilhões investidos em startups nos primeiros sete meses do ano, quase o dobro do ano passado inteiro), achamos que seria importante entender um pouco melhor como funciona o mundo dos VCs.

De um lado, os investidores…

Nem todo mundo que usa coletinho patagônia e tênis allbirds é um investidor e os papéis e responsabilidades de cada colaborador dentro de uma empresa de venture capital divergem de acordo com sua função, sua senioridade e, sua capacidade de entregar resultados. Os diferentes níveis são:

  • Analistas: o nível mais junior dentro de uma empresa de venture capital. São responsáveis pela prospecção de possíveis startups que serão investidas e o processo de pesquisa do mercado, competidores, modelos, etc.

  • Associados: um andar acima dos analistas, com mais experiência de mercado, são responsáveis pelas análises financeiras, projeções e o contato com founders.

  • Principals: com maior poder de decisão, podem ser o SIM/NÃO que faltava para que o investimento aconteça. São responsáveis por acompanhar a startup durante todo o processo de funding.

  • GP: General Partners: são responsáveis pelo levantamento do fundo e definição da estratégia e tese de investimentos. Se dividem entre dois grupos: general (sem atividade operacional mas com voz) ou managing partner (com voz e atividade operacional).

  • VP (Venture Partners): não estão envolvidos na operação do dia-a-dia, mas são responsáveis pelo fluxo de negócios e introduções entre outros fundos de investimento.

  • EIR (Entrepreuner in Residence): são empreendedores que, na maioria das vezes, tiveram algum exit (venderam suas startups), trouxeram um retorno positivo para o fundo e agora auxiliam em outras tarefas até lançarem sua próxima empreitada.

  • LP (Limited Partners): são os investidores institucionais (ou individuais) que aportam capital no fundo a ser investido pelos VCs. Normalmente fundos de pensão corporativos, fundos soberanos, famílias ricas e fundos de fundos.

VCs ganham dinheiro de duas formas: management fees e carries. O primeiro, é uma taxa de ~2% do total do fundo que é utilizado para salários, despesas do escritório, marketing, etc.O segundo, é uma porcentagem de 20 à 25% do lucro gerado. Nesse caso, o lucro só é computado uma vez que uma das startups investidas passe por um evento de liquidez (aquisição ou IPO).

Do outro, os empreendedores…

Um empreendedor não precisa, obrigatoriamente, levantar capital de investidores para tocar o seu negócio. Os que optam por criarem e crescerem suas startups com capital próprio sendo reinvestido são chamados de Bootstrap.

Outros, por diferentes motivos, optam por trabalhar com capital externo. Apesar dos diferentes formatos de investimento (debt, crowd, tokens), o Venture ainda é o mais popular.

Uma combinação de valor investido com a quantidade de equity esse valor representa com a maturidade da startup e alguns outros fatores definem o “nome” do round, que normalmente segue o padrão:

  • Angel (ideia) - de R$4-10M investidos que consomem 10-15%

  • Seed (protótipo e primeiros clientes) - de R$8-20M investidos que consomem 15-30%

  • Série A (produto vira empresa) - de R$30-60M investidos que consomem 50-60%

  • Série B (escala) - de R$100-300M investidos que consomem 60-70%

  • Série C (crescimento e novos canais) - de R$500M-1Bi investidos que consomem 60-80%

Quanto mais novata for a startup, maior o risco que ela corre de não dar certo pois ainda está em fase de validação. Logo, os Angel rounds e Seed Rounds, são de menor valor e mais equity.Conforme uma startup vai se provando, diminuindo as incertezas, aumentando seu marketshare, vai mudando para rounds com valores maiores e que tomam menos equity como um série A, série B, série C e aí por diante.

No meio, o jogo…

Uma vez que o VC entra no jogo, a startup e o time se comprometem com o crescimento acelerado e que irá buscar um evento de liquidez. Como estatísticas mostram que 9 a cada 10 startups não alcançam o sucesso esperado, investidores visam atingir retornos superiores a 10x para que o fundo, como um todo, seja considerado positivo.

Esses valores estão em constante evolução e diferem significativamente de um mercado ou país para o outro. Vez ou outra aparecem alguns fundos que mudam as regras do jogo, como o SoftBank e seu bolso sem fundo de U$100bilhões

No Brasil, os principais players puramente nacionais são Astella, Bossa Nova, Canary, CVentures. Nos últimos anos temos visto a entrada de mais fundos internacionais, tais como: Sequoia, Tiger, SoftBank e outros.

O que rolou mundo a fora

  • Allbirds: a startup que produz tênis confortáveis e sustentáveis, uma das pioneiras do modelo DTC (direct to customers), se prepara para o IPO.

  • Apple: avança no mundo de healthtech e anúncia planos para o Apple Watch que incluem medir a pressão sanguínea e temperatura corporal.

  • Reddit: a alternativa anonima ao facebook, aparentemente planeja abrir IPO em 2022 em um evento que avaliaria a empresa em U$15bi

  • OpenSea: o marketplace para compra e vendas de NFTs atingiu $3bi de valor transacionado em Agosto, um número 10x maior que o mês anterior.

  • WhatsApp: mais um app da família Facebook, foi multado pela UE em $270 milhões por violação de privacidade.

O que rolou Brasil a dentro

  • Prova Fácil: o software de gestão de provas físicas e online utilizado por instituições de ensino, é adquirida pelo grupo Ser Educacional.

  • Manfing: a startup que oferece um software de otimização e análise de vendas para empresas da indústria agro, levanta um seed round de R$1mi liderado pela Meta Ventures.

  • Favero: a startup com soluções para agricultura urbana e cultivo indoor, levanta rodada de R$1.2mi.

  • SVATech: a startup que oferece uma solução de análise por vídeo em tempo real, transformando imagens em dados com o uso da inteligência artificial, capta R$6mi

  • Hubsell: a startup que oferece contatos, campanhas e integrações para empresas b2b anuncia aquisição pela Alsotech, o braço de tecnologia da Aliansce Sonae (a rede de shoppings centers)

Contra dados não há argumentos

Startups brasileiras já levantaram U$2.3bi em venture capital somente em 2021

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